Aí está mais um sucesso de bilheteria para atestar a inclemente e interminável agonia de um povo.
Quentin Tarantino, responsável por roteiro e direção, já tem ficha de bem sucedido com filmes de violência e agora parece que vai superar a si mesmo com Inglourious Basterds (o “e” é proposital). Tendo estreado em outubro nos nossos cinemas, é mais uma produção que se insere nesta classe que já constitui um gênero próprio, como era o caso dos westerns de outros tempos. No lugar dos índios pele-vermelha entrou o alemão/nazista. Um como o outro..... 'extermináveis'.
O filme começa com Brad Pitt no papel do tenente Aldo Raine convocando oito voluntários, para com ele saltarem de paraquedas sobre a França ocupada.
“- Temos um só objetivo: matar nazistas. Seremos cruéis. Os rastros das nossas atrocidades serão encontrados nos corpos destripados, esquartejados e desfigurados que deixaremos para trás. Nazistas não merecem tratamento humano! Devem ser extintos. Cada um de vocês me deve cem escalpos nazistas.” (Ten Aldo Raine)
Temos aí, como falei, a lembrança do pele-vermelha. Assim como no roteiro, nazista e alemão, são.... 'sinônimos'.
O filme entrou em cartaz nos Estados Unidos desde setembro, e a propaganda foi lá, e é aqui, ilustrada por um taco de baseball ensanguentado no qual está pendurado um capacete alemão.
O porrete é acessório do “Urso-Judeu”, um temido e sádico matador, membro da equipe.
Em uma das cenas um oficial alemão prisioneiro dos Basterds se nega a dar informações. Então o comandante Brad Pitt chama o “Urso-Judeu” e diz: -“Temos aqui um alemão que deseja morrer pela pátria. Preste-lhe o favor.”
Sob gargalhadas dos Basterds o porrete é acionado. (!)
Os killers de Tarantino não apenas matam nazistas, mas buscam uma total aniquilação de suas vítimas. Destroem seus documentos, arrancam seus escalpos, o ouro dos seus dentes e, tirando-lhes as botas, arrebatam sua dignidade.
Para mim, o filme não deixa de ser uma variante explícita, porém, coerente, com as mensagens subliminares de ódio e intolerância contra aqueles que pensam diferente do atual e decadente "democrático e politicamente correto".
O filme já garantiu a Tarantino uma indicação à Palma de Ouro em Cannes. Há quem aposte que o filme renda mais indicações, inclusive ao Oscar.
Um sumário publicado na internet diz que é “Um prato cheio para quem gosta de assistir a cenas de tortura, diálogos '''inteligentes''' e violência psicológica”.
Tal comentário me conduz a uma interrogação, no meu modo de entender, pertinente: Quem GOSTA, sente prazer, satisfação, contentamento, deleite?? Em outras palavras, se identifica??
Assim mesmo, tais produções conseguem encher as salas de cinema. Será que, além de tudo, estamos nos tornando um mundo regido pelo sadismo dos psicopatas?
Outro fato estarrecedor. Este filme foi co-financiado pelo “Fundo Alemão de Fomento ao Cinema” (Deutscher Filmförderfonds) com 6,8 milhões de Euros. (!!)
Observo PASMO !
Prußian